Hoje viu uma opinião da poetisa Fátima Nascimento sobre o conflicto palestino-israelí. Eu encontrei interessante e por isso trago o artículo para comparti-lo com os meus colegas.
A Fatima escreve:
" Olho, no mapa, aquele cantinho do mundo e custa-me a perceber como é que os povos árabes e israelita, depois de tantos anos de desentendimentos e guerras, ainda não conseguiram uma plataforma de entendimento para a implementação da paz naquela região. Houve tentativas, e todos nos recordamos delas, aqui há uns anos atrás, entre dois grandes homens que, apesar de tudo os que os desunia, tentaram encontrar uma solução pacífica para os problemas que os dividia e aos seus respectivos povos – Yasser Arafat e Yitzhac Rabin. Estou certa de que conseguiriam, não fosse a morte inesperada e extemporânea do líder israelita, alvejado por um compatriota seu, pertencente a um partido extremista. Olho para estes dois homens, já desaparecidos, e penso na diferença que faz, na política, a natureza humana das pessoas que, antes de serem políticos, são homens e os homens que são, reflecte-se nas escolhas dos caminhos políticos a seguir. Para chegar a esta plataforma, eles percorreram um longo caminho, e foi preciso coragem para reconhecerem que estavam errados e que era preciso enveredar por um caminho diferente. Eles eram, sobretudo, homens de boa vontade, que encontraram, em ambos, a aspiração comum de estabelecer a paz entre os dois povos, tão martirizados pelo ódio, a destruição, as mortes, a desolação… Porque não poderão, estes dois povos, viver em paz? Porque não poderão todos os países daquela região viver em paz? Para haver paz, tem de haver confiança e, para haver confiança, tem de haver pessoas de boa vontade, de ambas as partes, a querer o mesmo. Não me refiro só aos dirigentes políticos mas aos povos também, que são as principais vítimas de actos terroristas e bélicos. Ponho-me na pele de um judeu ou de um palestiniano ou de um árabe, cidadãos comuns de boa vontade, que se levantam de manhã para trabalhar, levar os filhos à escola ou que têm outra rotina diferente… enfim, que levam uma vida normal, como qualquer outra pessoa numa outra qualquer parte do mundo, e ponho-me a pensar qual será a aspiração deles, de que forma um clima de paz duradouro e enraizado poderia ser benéfico para as suas vidas e a dos seus filhos. Uma vida sem medos, onde todos se respeitassem, e onde a confiança pudesse reinar… bastava haver mais pessoas de boa vontade, como aquelas duas, e eu acredito que as há! Mas são precisas muitas, porque basta uma pessoa de má vontade, para que todos os esforços sejam vãos. É altura de esquecer os rancores do passado, para construir um futuro de horizonte liberto de nuvens ameaçadoras. É preciso mostrar a todos, os de má vontade, que só num clima destes as pessoas poderão ser verdadeiramente felizes, eles inclusive e que, para além das nações, culturas, tradições… somos todos seres humanos, com a mesma aspiração – a felicidade."
Aprender a Aprender
Há 2 anos
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